segunda-feira, 3 de março de 2008

Atividade náutica movimenta Soure



Diversão, responsabilidade e aventura. Sobre o leme, apenas um compromisso: aproveitar a diversidade cultural de cada lugar do passeio.

Não estamos falando de um sonho impossível ou de um filme do Godard. Trata-se de uma doce enrascada que cerca de 100 pessoas se meteram quando resolveram participar do Iles du Soleil. Um evento náutico completamente diferente das habituais regatas de competição. Até porque, para esses velejadores chegar em primeiro lugar só tem um ponto positivo: ter mais tempo para curtir junto com a família e os amigos alguns dos lugares mais bonitos do planeta. O melhor ranking da competição não entra em questão.

Foi em busca de aventura que os 34 veleiros inscritos no evento aportaram na Bahia em dezembro de 2007. Logo em seguida, subiram a costa brasileira, tendo como escalas oficiais locais como Fernando de Noronha [PE] e Cabedelo [PB]. Agora, após três meses viajando pelo litoral, o evento tem pela frente um novo desafio: percorrer cerca de mil quilômetros do rio Amazonas.

Para isso, escolheram o hospitaleiro município de Soure como porta de entrada no estado do Pará. “Gostamos tanto do tratamento que recebemos da população local e da cultura da região, que há oito anos Soure funciona como a concentração de todos os veleiros que participam do rally transamazônico”, diz Emílio Russell, um dos organizadores do evento.

A partida está marcada para sábado, dia 8, e dá início a última etapa da passagem de aproximadamente quatro meses destes velejadores internacionais pelo Brasil. Metade deste tempo corresponde ao período que a flotilha navega pelas águas do rio Amazonas.

“É com muita satisfação que recebemos o Rallye Iles du Soleil aqui em Soure. Pois além de termos a oportunidade de divulgar a nossa cultura para pessoas de países tão diferentes, a vinda destes turistas mexe bastante com a economia do município”, revela a secretária de turismo, Heloísa Martins.

Economia - Quem sentiu no bolso os primeiros efeitos desta legião de estrangeiros na cidade foi Eunice Leal dos Santos – dona do restaurante Patú-Anú – que, em apenas uma semana de estadia do rally, já faturou o equivalente a dois meses de trabalho. “Tenho motivo para sorrir a toa. Espero o ano todo pela chegada deles [os velejadores] por aqui. Dá gosto ver o restaurante assim”, diz satisfeita.

Mãe de três filhos, a marajoara Edilza Jerônimo também comemora a chegada do rallye. Desempregada há três anos, Edilza foi contrata como garçonete para ajudar nos dias de movimento intenso. “Acho que nunca trabalhei tanto. Hoje, posso dormir tranqüila por que sei que não preciso me preocupar com o que meus filhos vão comer amanhã. Dá gosto de ver o povo lotando o restaurante e o dinheiro entrando no bolso”, brinca.

De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Esporte e Lazer do Pará, na edição anterior, quando eram 20 veleiros inscritos, calcula-se que os participantes gastaram aproximadamente R$ 1 milhão. “Fizemos as contas e verificamos que cada veleiro gasta uma média de R$ 400 por dia apenas no setor de serviços, o que é uma maravilha para uma cidade que vive basicamente do Fundo de Participação dos Municípios. Se conseguirmos nos estruturar, podemos aproveitar o gancho do rallye para impulsionar o turismo no arquipélago do Marajó e, assim, transformar a cara das comunidades ribeirinhas do Pará”, afirma Augusto Barros, assessor da Secretaria de Turismo.

Texto e fotos: Pedro Campos

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Ana Carolina Araújo disse...

Peu,

Que bom q está correndo tudo bem. Vou te acompanhando por aqui.
Deus te abençoe.
Carol, a doida!