quinta-feira, 8 de maio de 2008

índios

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fotos: Pedro Campos

sexta-feira, 2 de maio de 2008

As magrelas de Afuá

É uma coisa de doido. Quando uma lei municipal que proibia o trânsito de qualquer veículo de motor a combustão pelas ruas de Afuá entrou em vigor, ninguém imaginou que tal legislação seria o combustível necessário para dar asas a imaginação dos cerca de dez mil habitantes do local.

Toda construída sobre palafitas de concreto e madeira, a cidade que volta e meia fica alagada nos períodos de alta da maré, hoje, é capital nacional das bicicletas customizadas. E pode acreditar, tem de todo tipo. Dos modelos mais tradicionais – como as boas e velhas Calois de aço – até os adaptados “carrinhos futuristas”.

Neles, o que não falta são apetrechos e guere-gueres [sic]. É dvd, aparelho de som, baterias de até 14 volts, faróis... Tudo para satisfazer a vaidade do proprietário e proporcionar todo o conforto para o...digamos...piloto. “Meu carrinho é minha paixão. Tem luz néon, mp3 e eu só não coloquei ar-condicionado porque o modelo é conversível (risos)”, brinca Carlos Souza, enquanto desfila pelas esquinas da cidade.

A verdade é que esta brincadeira é levada a sério Afuá. Carlos conta que pagou R$ 4 mil pelo modelo e os preços podem ser ainda maiores.

“O meu carrinho todo equipado com som, banco de couro e velocímetro custou R$ 6,500, mas tem gente na cidade que pagou R$ 8 mil”, revela o comerciante Maurélio Pacheco.

Mas pelo movimento da oficina do Luis Alves, o Pelado, o prazer de pedalar em grande estilo compensa o preço salgado das magrelas personalizadas. “Já perdi as contas de quantas biciletas tipo carrinho a gente já fez. O prazo de entrega é de 15 dias, mas tem mês que o povo faz fila para encomendar o veículo”, conta.