segunda-feira, 10 de março de 2008

Feira do Ver-o-Peso

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Piquiá, tucumã, urucu, abricó, cupuaçu, patchuli e cupaíba. Em Belém [PA], basta um rápido passeio pela tradicional Feira do Ver-o-Peso para entender por que tantos paises desejam a internacionalização da Amazônia.

Ali, o colorido das frutas nativas se mistura com uma quantidade espantosa de ervas medicinais e atrai todos os anos pesquisadores nacionais e, principalmente, internacionais para a região amazônica.

A Feira do Ver-o-Peso é considerada uma das maiores a céu aberto da América Latina, onde pode-se encontrar elementos representativos da cultura paraense. O local recebeu este nome graças à necessidade que os antigos fregueses tinham de conferir o peso das mercadorias. Aos poucos, a expressão ganhou ares de substantivo e a feira se tornou parada obrigatória tanto para a população local quanto para os turistas que visitam Belém.

É neste paraíso da biodiversidade que grandes laboratórios realizam pesquisas em busca de substâncias que serviram de matéria prima para remédios, vacinas e inúmeros produtos de beleza vendidos por todo o mundo.

Um bom exemplo disso é o caso da Natura, companhia que atua no setor de cosméticos. A Natura compra das comunidades ribeirinhas quase todo o patchuli produzido na região. A erva de aroma marcante, hoje, é usada pela empresa para fabricação de perfumes, cremes e sabonetes.

Mas o que faz sucesso mesmo são as populares garrafadas. “Dor de cabeça, gastrite, diabetes, pressão alta, dor de amor e até levanta defunto [viagra], o que vier a gente cura. Se não resolver é por que o negócio não tem jeito”, garante Nazaré dos Santos, 72, que trabalha na feira desde os 15 anos.

Dona Nazaré aprendeu a com a avó as famosas receitas milagrosas, mas lamenta que nenhum dos seis filhos se interesse pelo assunto. Assim, aos poucos, o conhecimento que é passado de geração para geração vai se perdendo com o decorrer do tempo.

“O que me deixa mais triste mesmo é saber que tudo o que eu sei um dia vai cair nas mãos de laboratórios estrangeiros e o povo que mal tem dinheiro para comer não vai ter como curar uma simples dor de cabeça”, lamenta dona Nazaré .

Vai lá: Feira do Ver-o-Peso, Cidade Velha.

texto e fotos: Pedro Campos

7 comentários:

Primo disse...

Primo!!!! Iraaaaaadoooo!! Belo trabalho!! Parabéns!! Tô te acompanhando e vou divulgar pra galera.

Abraço

Tiago

Unknown disse...

Pedro, de fato é lamentável, a fauna da região está se perdendo, como mesmo disse a curandeira, não havendo mais enteresse em continuar com certos hábitos e tradições locais, cabendo ao estrangeiro estudá-las e captá-las para ele - não cabendo-me dizer se isso é bom ou ruim, apenas ressaltando um fato.
Mas como melhor analisada no texto da fazenda do Carmo, a fauna persiste exuberante na região e contemplada como uma das mais ricas da região, perdendo apenas para locais de mais difícil acesso nos arquipélagos do Marajó.
A visualização de animais como jacarés cobras e macacos, tem horáios propícios, e temporadas próprias, não correspondente a sua temporada na fazenda, por motivos de chuvas incessantes na região, e o alto nível do rio.
Mas mesmo assim agradecemos a sua visita, foi muito gradificante a nós.
P.E.: Onde se lê Tripioca, é Tapioca - Uma das várias espécies de farinha da rica região amazônica.

Anônimo disse...

Que bom que vc conheçeu minha terra, o ver-o-peso que tanto comprei dourada pra comer frito ao lado da minha mãe. Walter tinha me falado que vc estava na amazônia, fiquei feliz. tomou o verdadeiro açai, apenas com farinha e açucar! parabéns velho, sempre gostei de suas fotos mas, retratar a minha terra é bom demais! um abração e boas fotos!

Anônimo disse...

Beelo traabalho; vc divulgou muitoo beem o ver-o-peso. parabééns !

Unknown disse...

Seria maravilhoso se o que é nosso ficasse conosco. Mais infelizmente estamos perdendo espaço na nossa própria terra, como vc mesmo citou a natura tomou conta de nossas raizes e frutos.

hmarquesnegrini@gmail.com disse...

gente é mt. bom ver sobre a nossa terra natal que nos dá tanta saudade,principalmente do ver-o-peso e tudo que tem lá.obrigado

Eduardo Castro disse...

Belém é uma linda cidade com sua culinária diferente de qualquer lugar do mundo, queria saber quem vende a camisa dos festejos do Cirios de Nazaré me fale, obrigado a todos.